Treinador se emociona com vitória e mantém a fé no acesso
O apito final do árbitro, a goleada consumada e incontestável, além da volta do Paysandu à disputa pelo G-4 fizeram o treinador Dado Cavalcanti abandonar, mesmo que momentaneamente, o seu comportamento frio, típico de analista de futebol. Cavalcanti, em um raro momento de exaltação, apontou aparentemente para a torcida “Alma Celeste” e para a ampla maioria da torcida. Fez sinais como se a vitória fosse para todos, beijou o escudo do Paysandu e, emocionado, quase lagrimou. Faltou pouco.
O momento de emoção do comandante sucedeu outra raridade nas arquibancadas do Mangueirão: enquanto o time perdia, tinha dificuldades em campo, uma parte da torcida vaiou Dado, chamando-o de burro. A revolta vinha de um setor da arquibancada, onde a extinta torcida “Terror Bicolor” insiste em permanecer. No entanto, a maioria dos torcedores, inflamados pela “Alma Celeste”, uma torcida cujo apoio é incondicional, isolou as vaias.
E a virada da equipe dentro de campo foi como uma espécie de agradecimento ao apoio da maioria. “Houve um abatimento. O grupo sentiu demais aquele gol. Mas conseguimos empatar a partida ainda durante o primeiro tempo. E o torcedor comprou a briga, comprou a ideia. No final das contas, o que fez a diferença foi a confiança. Os atletas estavam mais leves em campo. O resultado veio através do que produzimos. Foi o principal”, considerou o treinador Dado Cavalcanti, em uma das primeiras palavras em meio a coletiva à imprensa depois da vitória bicolor mais dilatada no Campeonato Brasileiro. No último sábado, Cavalcanti chegou aos 51 jogos no comando do Papão, ostentando 23 vitórias, 10 empates e outras 18 derrotas. O aproveitamento é de 51,6%. A essa altura, os números são frios e Dado está tendendo a ir para outro lado. Mais adepto da tática da emoção. A concentração está toda em recolocar o Paysandu no G-4, na reta final do Brasileirão, credenciando-o à Primeira Divisão de 2016. “Acompanhei as campanhas anteriores, que culminaram com o acesso”, disse o treinador, referindo-se as jornadas de 2012 e 2014. “Vi a lágrima da derrota, a recuperação em um jogo, a confiança e o objetivo alcançado. O Paysandu é time de chegada. É time de grande. Nós vamos lutar”, garantiu o treinador.
Sobre as variadas disputas táticas, em que levou vantagem sobre o concorrente Mazola Júnior, ex-treinador do Paysandu, Dado Cavalcanti lembrou do desempenho dos dois laterais. “O Yago estava sendo marcado. Ele acabou ofuscado por conta desse posicionamento, diferente do João. O João estava pegando a bola em melhores condições”, analisou. “E ainda tinha a ansiedade e nervosismo durante o primeiro tempo. No segundo, não! Fomos donos da partida. O que pesou, acima de tudo, foi o nosso espírito”, seguiu.
Dado Cavalcanti ressaltou que o Paysandu foi uma equipe aguerrida, calando as críticas que questionavam o grupo nesse sentido. “A entrega nos trouxe até aqui. Foi esse perfil de equipe aguerrida. No jogo contra o Macaé-RJ, sentimos que faltou isso. Hoje (sábado), não! Fomos vibrantes e superiores. Nós corremos mais, ocupamos os espaços. Mas, o primeiro de tudo foi uma questão técnica. Estamos chegando fortes para uma reta final e vamos lutar até o fim”, repetiu Dado. Que os aplausos prossigam, Dado!
**Fonte JAmazonia
Nenhum comentário:
Postar um comentário