domingo, 6 de março de 2011

Melhor ataque e segunda pior defesa, este foi o Papão até agora

De todos os times do futebol paraense, atualmente o Paysandu é de quem mais se espera. Junto com o Águia o Papão disputa a Série C do Campeonato Brasileiro e nos dois últimos anos bateu na trave do acesso. Por isso todo começo de ano a montagem do time é acompanhada do discurso que o elenco é para a competição nacional. Mas antes tem o Campeonato Paraense. Se vencê-lo não é referência para o Brasileirão, perdê-lo só piora as coisas.

O time foi o segundo colocado na fase de classificação com uma campanha condizente com o que se esperava, mas a frieza dos números não esconde uma trajetória errática dentro das partidas. O Paysandu é uma equipe que oscila demais dentro das partidas. Foi, dentro do Parazão, o time que em certos momentos mostrou o melhor futebol da competição e, em outros, um dos piores. É esse equilíbrio, artigo em falta na Curuzu, que os bicolores tentam encontrar.

Para uns, o resultado mais drástico dessa inconstância foi a dispensa de onze jogadores na quinta-feira passada. Para outros, é a desconfiança total da maioria da torcida. Parte dessa oscilação se deve à forma como a equipe foi montada.

Desde o começo do ano as contratações foram frequentes e, a menos que alguém encontre explicações rocambolescas, sem critério. O elenco chegou a ter oito zagueiros. A cada partida ruim, a cada gol tomado parecia que a diretoria resolvia por trazer um beque. A situação ficou tão insustentável que na barca de quinta-feira três jogadores da posição foram mandados embora. No meio do campeonato, o grupo corre o risco de sofrer uma reformulação, inclusive na comissão técnica.

Destaques têm compensado deficiências

Mas, se nem tudo são flores na Curuzu, também nem tudo são espinhos. O time tem o melhor ataque e o melhor meia de armação da competição. O Papão marcou 21 vezes e é dono do melhor ataque do Parazão. Só Rafael Oliveira (11) e Mendes (5) já balançaram as redes adversárias 16 vezes, mais do que todo o time do Remo. No meio, mesmo numa temporada ainda sem o melhor de sua inspiração, Thiago Potiguar é melhor de longe do que todos os concorrentes.

Esse é o principal ponto positivo do time, o caráter ofensivo. Num futebol casa vez mais dominado pela marcação, o Papão se notabilizou em olhar apenas para frente. Do time titular, tirando o goleiro, somente as duplas de zaga e de volantes se notabilizam pelo poder de marcação. O resto dá combate. O resultado disso é um ataque que tem 21 gols marcados, quatro a mais que o que vem logo depois, nove a mais que o maior rival.

Mas, se essa propensão ofensiva é elogiável e muito bem vinda, tem que ser dosada com o poder da marcação. Ou, então, resignar-se com um time que marca muito e leva muitos gols, contanto que vença. As razões principais do time levar tantos gols, 15 em sete jogos, são duas. Uma é a natureza da maioria dos jogadores, outra foi decantada desde antes do início da competição: a elevada faixa etária da equipe.

Sandro, Alex Oliveira e Mendes, para citar três titulares, são atletas que tecnicamente têm correspondido, mas não se pode exigir deles um fôlego que não têm mais. Com a bola nos pés o Papão é quase sempre mais qualificado que os adversários, sem ela é vulnerável. Os volantes Billy e Alexandre Carioca se desdobram e acabam se desgastando, deixando a zaga, seja ela composta por quem for, sobrecarregada.

**Fonte: JAmazonia

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