domingo, 27 de março de 2011

Zé Augusto entra para a história como 'amuleto da sorte'

Enquanto alguns guardam trevos de quatro folhas, ferraduras de cavalo e patuás para ter sorte, o Paysandu mantém, há 15 anos, o seu 'Terçado voador' para decidir títulos. Nesta quinta-feira (24), às 20h30, na Curuzu, Zé Augusto chegou sua 40ª decisão com a camisa do Paysandu e luta para se manter como o segundo maior vencedor de títulos da história bicolor

Em números, o maranhense José Augusto da Conceição, que tem 37 anos completados no último sábado (19) e está no Pará desde quando tinha 19 anos, possui 10 títulos no Paysandu, sendo um regional (Copa Norte - 2002), dois nacionais (Brasileirão Série B - 2001 e Copa dos Campeões - 2002) e sete estaduais (Parazão - 1998, 2001, 2002, 2005, 2006, 2009 e 2010).

De acordo com o pesquisador e autor do livro 'A História do Campeonato Paraense', Ferreira da Costa, à frente do 'Zé da Fiel' no ranking de campeões da Curuzu está somente Quarentinha, que foi campeão paraense 12 vezes em 18 anos como jogador do Paysandu.

Mas, 'Zé Maluco' ainda sustenta outra marca histórica no Papão, como um dos jogadores que mais participou de decisões de títulos. Ao todo, entre finais de turnos e finais de campeonatos, foram 40 decisões, sendo 30 do campeonato paraense, seis da fase final da Série B do Brasileirão, duas da Copa dos Campeões e duas da Copa Norte.

Trajetória - Após ter seu próprio nome cravado na história do Paysandu, Zé Augusto conta que teve que esperar para conseguir um lugar no elenco bicolor.

'Quando eu tinha 17 anos um homem que treinava goleiros aqui em Belém queria me trazer para jogar na Tuna, mas meus pais não deixaram. Eles tinham medo, já que eu era muito novo', conta. Já com 19 anos, um amigo do jogador o chamou para fazer um teste para o Pedreira, time do distrito de Mosqueiro. 'Isso foi em 1996. Eu disputei o Campeonato Paraense daquele ano pelo Pedreira. Em um dos jogos do campeonato, contra o Sport Belém, na Curuzu, um dos diretores do Paysandu me viu jogando e me trouxe para o time. No mesmo ano disputei o Campeonato Brasileiro', explica o jogador. 'Foi tudo muito rápido pra mim. Cinco meses antes eu era um jogador de futebol amador em Barra do Corda e cinco meses mais tarde eu estava jogando o Campeonato Brasileiro pelo Paysandu. Nem acreditava'.

Depois da glória, o 'Terçado voador' também chegou a cair e a consequência foi a rejeição na Curuzu e os empréstimos para outros clubes. 'Em 1999 eu fui emprestado para a Tuna para disputar o Brasileiro. Na época o Paysandu estava contratando muitos jogadores e eles acabaram me emprestando. Em 2000 eu fui emprestado novamente, mas dessa vez para o São Raimundo, para disputar o Parazão. Eu não sabia qual era o meu futuro no Paysandu, então de alguma forma tinha de mostrar trabalho para não sair do time, mesmo que fosse preciso fazer gols contra o próprio Paysandu', conta, lembrando que, em um dos jogos do campeonato daquele ano, chegou a fazer dois gols contra o Papão dentro da Curuzu.

Entre estes empréstimos, o jogador, chegou a jogar em Portugal. 'Não foi uma experiência muito boa. Fui para Portugal em 2001, mas fiquei lá apenas dois meses disputando alguns amistosos. Eu tive problemas financeiros e decidi voltar. E graças a Deus que eu resolvi voltar, porque nesse mesmo ano eu disputei o Brasileiro e o Paysandu foi campeão', lembra e completa: 'Naquele campeonato fiz o que considero ser o maior gol da minha carreira, quando o Paysandu ganhou Havaí de quatro a zero. Fiz o último gol. Para mim foi o mais bonito, não pela forma como ele foi feito, mas pelo o que ele significou para mim'.

Mas uma carreira como a de Zé Augusto não é feita apenas de títulos e gols inesquecíveis, como ele mesmo lembra. 'Se eu pudesse queria esquecer o jogo contra o Salgueiro, no ano passado. Aquele jogo era decisivo para o Paysandu, porque ele poderia subir de série. Ver o time perder, e logo dentro da Curuzu, foi horrível, mesmo eu não tendo jogado aquela partida'.

Tristezas à parte, a expectativa agora é outra com a possibilidade de aumentar ainda mais a sua marca de títulos e a sua experiência no Papão. Aliás, quem pensa que 37 anos é a hora de parar para o 'Zé Doido'... 'Quando a gente atinge certa idade a gente sempre pensa sobre as possibilidades de deixar os gramados, mas eu tenho certeza que a minha hora ainda não chegou. Quero ganhar outros títulos e continuar fazendo a alegria da torcida bicolor. Eu me sinto muito bem nessa profissão. Ainda dou conta de treinar e jogar, mesmo com 37 anos’.

Com isso, o maranhense, que declara ser apaixonado pelo Pará: 'Eu amo essa terra. E ai de quem falar mal dela perto de mim. Não aceito de jeito maneira', adianta que não quer largar o clube, mesmo depois de pendurar as chuteiras. 'Quero me dedicar a outras coisas para ajudar o meu time do coração. Mas antes de deixar o time eu quero ver o Papão subir, para, pelo menos, a Série B. É meu objetivo agora'.


**Fonte Portal ORM

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