Aos 28 anos, o volante Ricardo Capanema só teve seu trabalho reconhecido pela torcida no ano passado. Depois de ser campeão paraense pelo Cametá, ele foi contratado pelo Paysandu e tornou-se um dos jogadores mais importantes na campanha do acesso para a Série B do Campeonato Brasileiro. Fora a idade de quando chegou à Curuzu, a trajetória do jogador se assemelha a do companheiro de meio de campo, o volante Vânderson, que foi contratado dentro do futebol local, quando defendia o Castanhal, e tornou-se uma referência no Papão do começo da década passada, época mais vitoriosa de um clube paraense.
As características são semelhantes à do capitão bicolor quando chegou ao Leônidas Castro. Capanema destaca-se por ser um marcador implacável e incansável. É ele quem joga mais recuado do meio de campo, não raro atuando à frente dos zagueiros, mesmo sem se furtar a ajudar o ataque. Esta última característica tem aparecido muito mais neste ano, quando tem se aventurado na frente, embora a qualidade com a bola nos pés é consideravelmente inferior à de destruidor.
O trabalho do volante em campo não pequeno. O Paysandu é um time ofensivo por natureza e isso reflete nos números. O time bicolor fez 46 gols em 18 jogos, com uma excelente média de 2,5 gols por jogo. Em contrapartida, levou 20, com média de 1,11. É uma equipe que costuma jogar e deixar o adversário jogar e, no Campeonato Paraense, tem se saído bem.
Mas, se o Papão deixa os outros à vontade, pelo menos na marcação, o mesmo não vale para Capanema. Embora do ataque à defesa todos tenham se mostrado solidários em dar combate e, nisso, ajudar àqueles que não atuam mais atrás, o volante costuma ser um carrapato em quem está de olho. Foi assim que, por exemplo, o meia azulino Thiago Galhardo não conseguiu fazer nada nos quatro primeiros clássicos disputados até aqui, sem contar com o previsto para ontem.
**Fonte JAmazonia
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