Da primeira para a segunda partida da final entre Remo e Paysandu, o técnico Mazola Júnior teve reações bem diferentes. O comandante bicolor elogiou a arbitragem, repudiou com veemência a violência no final do jogo – culpando os jogadores azulinos pela pancadaria – e voltou a falar do esquema que estaria beneficiando os remistas no Parazão. Segundo o treinador, o "sistema" está com a estrutura abalada.
– Ainda não (vencemos o sistema). Eu acho que o sistema ruiu, isso sim – disparou.
Se no jogo de ida os bicolores foram quem tomaram o empate, dessa vez o time mostrou poder de reação e conseguiu a igualdade no placar após estar perdendo por 3 a 1. O técnico do Papão ressaltou o equilíbrio dos clássicos, e espera que não ocorram mais atos de violência dentro ou fora de campo, situação que categorizou como "ridícula".
– Oitavo clássico, seis empates (e duas vitórias do Paysandu). Muito equilibrado. Infelizmente as duas equipes perderam muitos jogadores para o primeiro jogo da final. Todo esse clima que foi gerado aqui a gente espera que não tenha resíduos. E que esse Campeonato Paraense termine da melhor maneira possível, dentro da civilidade e da tranquilidade. O que aconteceu aqui não foi nada aceitável. É de se lamentar. É muito triste e muito ruim para o futebol paraense. As outras vezes que nós saímos perdedores, ou perdemos o título, soubemos reconhecer o valor do adversário, coisa que não aconteceu hoje (pelo Remo). Lastimável, imperdoável e fico muito chateado com tudo o que aconteceu aqui após o terceiro gol do Paysandu. Para o futebol paraense isso é ridículo, muito ruim – lamentou.
– Com relação a tudo o que aconteceu, que seja bem claro: não vamos proteger ninguém. Quem provocou tudo isso foi o Clube do Remo, que não teve fair play em aceitar o empate do Paysandu. A arbitragem corretíssima, uma grande arbitragem, jogo dificílimo de ser arbitrado. O Joelson esteve muito bem em todos os lances, então agora é hora de aceitar, botar o rabinho no meio da perna e 'quieto!'. E vamos para a final que tem mais dois jogos ainda – completou Mazola Júnior, mostrando certo tom exaltado na voz.
Título e torcida "fechada"
Antes mesmo do fim da partida, o lado B do Mangueirão estava em coro gritando o nome do técnico bicolor. Nas arquibancadas também era possível ver uma faixa “Parabéns Mazola, nós vamos te apoiar”. O comandante alviceleste fica grato com as palavras de apoio, mas diz que é apenas uma consequência do trabalho.
– Esse negócio de ‘estar fechado’ é porque estamos ganhando. É porque estamos com 38 jogos no ano e perdemos apenas quatro. Entramos como protagonista em todos os campeonatos que estamos disputando. É normal que qualquer torcida venha junto. E eu fico muito satisfeito. Pelo trabalho que tem sido feito no Paysandu como um clube, esquece o time de futebol. O mais importante é trabalho que está sendo feito de reestruturação para o Paysandu voltar a ser um clube e um time grande também. Hoje não é.
Depois de perder a final do primeiro turno – para o próprio Remo – e a Copa Verde, nos pênaltis, para o Brasília, Mazola Júnior garante certo alívio por ficar com a Taça Estado do Pará, mas ainda acha pouco.
– Isso para mim não é título. Esse título não é significativo, sinceramente. Ele nos credencia a grande final. Eu acho que é um título que nos credencia para a grande finalíssima. E por mérito. Acho que no segundo turno o Paysandu foi melhor, somou mais pontos e merece. No primeiro turno o Remo somou mais pontos e mereceu. São as duas melhores equipes. A diferença entre Remo e Paysandu para as outras equipes foi abissal (ao longo do campeonato). Nada mais do que justo ter uma grande finalissima. E a gente espera que seja em um clima de fair play. Eu acho que o título que vai ser pesado, legal, é o Paraense. Vamos em busca dele respeitando o adversário. Belíssima equipe. Hoje ficou mais do que provado. Muito bem treinada pelo Roberto (Fernandes) – finalizou Mazola.
**Fonte GloboEsporte/PA
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