domingo, 16 de janeiro de 2011

Jogadores mais velhos merecerão tratamento diferenciad0

Segundo o fisiologista do Paysandu José Carlos Amaral, o desempenho de um jogador de 35 anos, por exemplo, pode ser tão satisfatório quanto um de dez anos a menos. Mas isso requer um trabalho de retaguarda que depende de uma quantidade enorme de variantes. "Cada jogador é avaliado em vários aspectos de sua condição física. Com esses dados procuramos individualizar o trabalho com cada um. Volume, intensidade e especificidade mudam de acordo com a idade e com a posição. Esta última característica é muito levada em consideração na fisiologia, além, é claro, da individualidade de cada atleta. Mas os mais velhos têm dificuldades maiores de se condicionar e de se recuperarem após os treinos ou jogos", explica Zé Carlos.

O fisiologista ressalta que quem continua jogando com idade igual ou acima de 35 anos ou é porque sempre teve uma carreira pautada pelo profissionalismo ou porque tem uma qualidade técnica bem acima dos demais. Zé Carlos salienta que os avanços na preparação física também tiveram importância crucial nesse prolongamento na carreira dos jogadores.

"Hoje em dia o futebol é muito mais condicionamento do que técnica, mas é claro que o jogador que é tecnicamente elevado vai sempre se sobressair. A preparação física avançou muito e só não prolonga a carreira de quem não se cuida, de quem não é atleta", diz. "Um jogador de 35 anos é mais exigido, por isso essa preparação diferenciada. O metabolismo dele é mais lento, por isso um tempo a mais na recuperação".

Se alguém estiver no elenco e liberado é porque tem condições físicas de aguentar uma partida inteira. Ele ressalta que esse é o mote da comissão técnica bicolor. "Todos os jogadores que estão liberados é porque reúnem condições de jogar 90 minutos, independente da idade. Lógico que você espera algo de um de 26 e outra coisa de um de 36, mas estão ambos prontos."

Zé Carlos dá exemplo de dois jogadores bastante ligados ao Paysandu nos últimos anos e que, mesmo com a barreira da idade, continuam defendendo o time em alto rendimento. "O Zé (Augusto), por exemplo, mesmo com a capacidade física privilegiada que tem não tem jogado todas as partidas do começo ao fim. Hoje em dia ele já sente um pouco o desgaste", diz. "O Sandro, pela posição dele, corre mais que a maioria dos atacantes e isso é monitorado. Mas como tem uma qualidade técnica diferenciada, consegue manter-se bem durante os 90 minutos."

** Fonte: Jornal Amazônia

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