sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A hora não é para apoiar?


Tradicionalmente as invasões de treinos de times de futebol por supostos torcedores têm muitas consequências, nenhuma boa. Ontem à tarde, cerca de 30 pessoas se dizendo torcedores do Paysandu, quase todos vestindo camisas de torcidas organizadas, invadiram o campo da Curuzu, dando ponto final ao treino da tarde, para interpelar o técnico Édson Gaúcho. Não havia nenhum segurança no estádio bicolor e os invasores só deixaram o gramado quando se deram por satisfeitos. Quando era apenas três "torcedores" o técnico Édson gaúcho fez o correto, não quis papo e pediu a saída imediata deles. Quando se viu cercado pelos demais, teve que ouvir as queixas.

Ouviu que tinha que barrar alguns jogadores, que muitos dos atletas vivem em noitadas, que tem que classificar o Paysandu a qualquer custo, pois estariam cansados de sofrer. Gaúcho teve que segurar esse rojão em seu terceiro dia de trabalho. De todas as complicações que levaram o time bicolor a ter que torcer contra o Águia na rodada final para se classificar, o treinador é o único ainda isento de qualquer responsabilidade.

O técnico já havia notado os protestos dos invasores enquanto estes ainda estavam na arquibancada. Como eram apenas palavras de ordem, não podia fazer nada que não abreviar o treino, liberando a maioria dos titulares e orientando os demais em um trabalho de finalização. Talvez prevendo que não restaria "quórum" para o protesto, passaram da cantoria para o corpo-a-corpo.

Édson Gaúcho não quis comentar o ocorrido. Entre os jogadores havia uma orientação para também evitarem se estender sobre a invasão nas coletivas pós-treinos. Quem teve a palavra preferiu minimizar o ocorrido, sem entrar em atrito com os invasores.

"Não sei nem dizer porque não vi a situação. Particularmente isso serve de motivação. Acho que a torcida tem total direito de cobrar. A única coisa errada que fez foi entrar no campo. Isso atrapalha porque todo mundo estava treinando. Poderiam esperar terminar para conversar", afirmou o volante Vânderson, que espera para domingo um ambiente menos carregado. "Espero um clima saudável, que todos venham para torcer e cobrar. Com o final do jogo a gente vê a reação da torcida, tomara que com comemoração."

O zagueiro Leandro Camilo também disse não ter visto nada e que isso, por mais que tenha atrapalhado um dia de trabalho, pode trazer bons frutos. "Eu saí antes e nem sei o que aconteceu. Fiquei sabendo pelos outros. Eles vieram para nos ajudar e mostra confiança. Essa conversa faz parte. Acho que não atrapalha. É uma situação delicada e temos que tirar somente as coisas boas", Leandro Camilo. O também zagueiro Vagner foi mais evasivo ainda. "Não cabe a mim julgar se era o momento certo ou não, eles estavam até incentivando. Não tenho muito o que falar sobre isso".

Tanto o defensor quanto Vânderson lembraram de fatos semelhantes em outros outros momentos de suas carreiras. "Já passei por isso e todas as vezes que aconteceram a história terminou com conversa", disse Vagner. "Curiosamente as duas vezes em que passei isso foi aqui no Paysandu. No estadual a torcida invadiu o Kaza (campo em Ananindeua onde o Paysandu costuma utilizar para treinamentos) para protestar. É uma situação chata, mas a gente tem que estar motivado", finalizou o volante.

**Fonte JAmazonia

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