domingo, 18 de dezembro de 2011

Parazão faz justiça ao nome


Com apenas três clubes da capital, campeonato de futebol corre cada vez mais para o interior do Estado

O plebiscito ocorrido no último domingo, que convocou os paraenses para decidir sobre a divisão do Estado em três unidades federativas, acabou com a vitória do "Não" nas urnas, impedindo que a proposta separatista fosse viabilizada - mesmo se a maioria optasse pelo "Sim", ainda seria necessária a consulta dos deputados federais, dos senadores e da presidência da República, que iria bater o martelo final sobre a divisão. Dessa forma, o Campeonato Paraense de 2012, que completará sua centésima edição ano que vem, seguirá os mesmos moldes das últimas temporadas, com a presença cada vez mais frequente de clubes das regiões do Carajás e do Tapajós.

Entre os oito clubes do certame local, os interioranos são maioria, com cinco representantes (Independente, Águia, Cametá, São Raimundo e São Francisco), quase o dobro em relação aos times de Belém (Remo, Paysandu e Tuna), contrariando o histórico do centenário evento, caracterizado por clubes com sede na capital paraense. Com o título do Parazão de 2011, o Independente quebrou a escrita e tornou-se a primeira equipe do interior a conquistar este campeonato, justamente no ano em que a FPF estabeleceu a política de "interiorizar" a competição, proporcionando vantagens para clubes antes inexistentes ou com pouca expressão pudessem ter maiores recursos para rivalizarem com os grandes da capital.

Contudo, o "poder de fogo" dos clubes do interior vem evoluindo gradativamente na última década, tanto que, em algumas finais de Campeonato Paraense, impediu que a dupla Re-Pa se encontrasse na decisão, fato que não ocorre desde 2001. "O Paysandu e o Remo estão nessa situação de penúria por culpa da Federação Paraense de Futebol (FPF), que reduziu a cota a que temos direito para beneficiar times do interior e ainda nos ‘rouba’ 10% das bilheterias dos jogos, sem nos dar quase nada em troca", afirma, em tom de revolta, o diretor de futebol do Papão Antônio Claudio "Louro".

O contrato firmado entre a Funtelpa e a FPF no início deste ano causou revolta nos cartolas da capital, ocasionando redistribuição de recursos entre os clubes, reduzindo a diferença entre os valores repassados anteriormente. O valor disponibilizado aos oito clubes do Parazão, de R$ 2.956.800 milhões, continuou o mesmo, mas a fatia a que Leão e Papão recebiam antes foi reduzida pela metade – dos quase R$1,2 milhões, sobrou apenas R$ 690 mil. Esse corte no orçamento foi bastante criticado pelos clubes da capital durante a temporada, estremecendo a relação entre a FPF e os gigantes do futebol da Amazônia.


**Fonte JAmazonia

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