sexta-feira, 25 de abril de 2014

Papão joga as suas fichas

Paysandu quer entrar hoje com o processo no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) pedindo o título da Copa Verde e a vaga na Copa Sul-Americana de 2015, alegando que o Brasília-DF utilizou o meia Gilmar de forma irregular. De acordo com o departamento jurídico do Papão, Gilmar, que marcou um gol na final, assinou um aditivo contratual, pois seu vínculo encerraria no dia 20 de abril. O problema apontado pelos bicolores é que o registro da renovação no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) consta às 20h34 do dia 17 de abril, e o clube paraense acredita que o prazo certo seria até 19 horas do mesmo dia, o que respeitaria o prazo de um dia útil antes da partida.
O gerente de futebol do Brasília, Régis Carvalho, argumentou que o clube protocolou a renovação do contrato na Federação Brasiliense de Futebol no dia 15 de abril, e que tem documentos que comprovam isso (ver matéria). Diretor do departamento jurídico do Paysandu, Alberto Maia foi ao Rio de Janeiro junto com o também advogado Bruno Castro e, lá, reuniram-se com o advogado Osvaldo Sestário para tratar da situação.

As opiniões quanto às chances bicolores são divergentes. Algumas bem mais otimistas que outras. O diretor de futebol do Paysandu, Roger Aguilera, por exemplo, afirmou que são grandes as chances do título mudar de mãos. “Ele (Gilmar) estava irregular. Isto é fato e estamos indo atrás dos nossos direitos. No jogo no Mané Garrincha ele não estava constando no BID. O contrato dele tinha recebido um aditivo, mas o Brasília só colocou na CBF às 20h34 do dia 17, último dia útil antes da partida, sendo que o prazo era até às 19 horas.”

Maia é mais comedido. Ele mostra confiança no que está por vir, inclusive fazendo paralelo com o caso do Naviraiense-MS, que ano passado ganhou do Papão em campo, mas perdeu a vaga na Copa do Brasil por ter utilizado um atleta sem condições de jogo, em situação semelhante.

“No dia 15 de abril, venceu o contrato do Gilmar. O Brasília deveria ter protocolado a regularização no dia 15 ou 16 para que no mesmo dia ou no dia 17 o contrato fosse publicado no BID. Isso não ocorreu. Nós verificamos todos os BIDs das últimas semanas e não consta o nome do jogador. Nós estamos mandando toda essa documentação para que conste no processo e o procurador possa analisar. O Paysandu está com uma ação de notícia de infração pelo Brasília-DF ter utilizado um jogador irregular. Ela será encaminhada ao procurador geral do STJD, que encaminha ao procurador de uma das comissões”, disse. “Mas não há garantia de vitória, mas não há omissão. Entendemos que houve uma irregularidade e tomamos as medidas cabíveis. No entanto, o Direito é diferente da Matemática, é dinâmico. Estamos aguardando um documento que já foi solicitado, algo que será de suma importância para o processo. Pode ser que o tenhamos amanhã (hoje). Se isso acontecer, protocolaremos de imediato a ação”, completou Maia.

Maia e sua equipe ainda tentam juntar cópias de processos similares, no qual os clubes reclamantes foram vencedores, como o do já citado Naviraiense, e o do Botafogo-RJ contra o São Raimundo, na Copa do Brasil de 2010. “Nós conseguimos o processo (do Naviraiense), vamos tirar uma cópia para que a gente possa protocolar a denúncia no STJD. Nós também estamos de posse do processo do São Raimundo, que houve perda de pontos contra o Botafogo, para demonstrar ao tribunal que a irregularidade consiste em virtude do nome do jogador não constar no BID.”
Dirigentes do Brasília garantem que clube está tranquilo
Em entrevista dada ontem à rádio O Liberal/CBN, o gerente de futebol do Brasília-DF, Régis Carvalho, declarou que o clube está tranquilo quanto ao Gilmar, não temendo que o título da Copa Verde e a vaga no torneio sul-americano sejam tirados do Colorado. Em tempo, ontem o meia Gilmar se apresentou em Marabá como novo reforço do Águia, para a Série C.

“Quanto à irregularidade, até me pegou de surpresa. Não está tirando a tranquilidade do Brasília. Temos o contrato do jogador aqui conosco, que recebeu o aditivo de mais 30 dias no dia 15 (abril) e protocolado, pelo número 370, na Federação Brasiliense de Futebol no mesmo dia, às 14h55. O que aconteceu foi que a nossa federação só enviou somente às 20h34 horas do dia 17. Mesmo assim, no regulamento da competição não diz que o registro até às 19h, fim do expediente da CBF. Diz apenas que é até o último dia útil que antecede a partida, então, se for registrado às 23h59 desse último dia útil, terá validade”, explicou Régis.

O gerente garante que no Distrito federal não há temor algum quanto às perdas da taça da Copa Verde. “Estou com o contrato em mãos e ele recebeu o aditivo no dia 15, cinco dias antes do término do contrato com o jogador e seis dias antes da partida. Estamos tranquilos enquanto a isso.”
**Fonte JAmazonia

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