domingo, 23 de novembro de 2014

Maia mira a elite nacional

Novo presidente do Paysandu diz que objetivo é em dois anos levar o clube à elite do futebol nacional

O advogado Alberto Maia está prestes a assumir a condição de presidente do Paysandu. Ele exercerá a função no biênio 2015/2016, sucedendo Vandick Lima. Será o segundo mandato seguido do grupo denominado “Novos Rumos”. E o objetivo principal está listado, com antecedência: o sucesso da campanha bicolor na disputa da Série B. Maia repetiu, várias vezes, que não há mais espaço para margem de erro, considerando que o clube sofreu a queda, da Série B a C, em 2013.  
Alberto Maia tem 48 anos, milita na área desportiva e também é sócio de um escritório de advocacia. Sua história com o Paysandu está relacionada a conquistas do departamento jurídico. Este ano, passou a figurar fortemente no noticiário por ter descoberto uma irregularidade do Brasília, que ganhou do Paysandu na final da Copa Verde. Foi amplamente elogiado pela sua atuação no caso, embora a vitória jurídica ainda não esteja consumada. O fato é que este e outros episódios, de menor repercussão, apesar de não menos importantes, o alçaram à condição de candidato único a presidente do Paysandu. A eleição ocorreu na última quarta-feira e Maia teve 538 votos. Foram registrados 41 votos em branco e outros cinco nulos, em um total de 584 votantes. O universo de eleitores era de 1.311 associados. 
Antes e após das urnas confirmarem sua eleição, Alberto Maia conversou com a reportagem sobre vários assuntos. E algumas vezes, pareceu emocionado. Quando disse que o seu pai estava eufórico com o filho assumindo o clube do coração, Alberto Maia embargou a voz, pareceu lagrimar. Mas conteve a emoção para manter um discurso sério: quer que o Paysandu alcance novos objetivos, entre eles, a manutenção na Série B ou mesmo o acesso à Série A. Estruturalmente, ele falou sobre as chances de ampliar as arquibancadas do estádio da Curuzu com a construção de dois andares. Na entrevista a seguir, Maia resume o que pensa e o que projeta para que o Paysandu se afirme como a maior força do futebol do Norte.      
Desafio 
Na vida, temos que estar preparados para tudo. Claro que é um desafio enorme. Dirigir o Paysandu, que é a maior paixão futebolística do norte do país, teremos que lidar com dificuldades. Vamos aprender a conviver com elas. Tenho certeza absoluta que, com todo o grupo, com a torcida, com o sócio bicolor, iremos chegar ao objetivo comum, que é o Paysandu alcançar grandes vitórias. 
Bicolor desde criança 
Quando eu nasci, meu pai foi para o estádio e, lamentavelmente, nem acompanhou a minha mãe. Ele tinha que ver o Paysandu jogar. Nós ganhamos do nosso maior rival. Meu pai chegou na Santa Casa de Misericórdia, já com uma camisa do Paysandu. Ele dizia que eu seria um grande jogador do Paysandu. Ele errou. Não jogo nada (risos). Mas, ele acertou quando tinha certeza que eu seria um bicolor. Através do meu grande amigo, irmão, Nilton Gurjão, fui convidado para ser diretor jurídico do Paysandu. Já são 15 anos colaborando em prol do Paysandu, sem nenhuma recompensa financeira, apenas pelo amor que a gente tem pelo clube. E depois, surgiu a “Novos Rumos”. É um grupo fantástico, com jovens idôneos, com vontade de engrandecer o Paysandu. Diante disso, a gente conseguiu se engajar e fazer um grupo forte. Tenho confiança nesse grupo, tenho confiança na torcida que ela me dará condição de fazer um grande trabalho. 
Projeção de sócios-torcedores  
Com 10 mil sócios torcedores, poderemos ter um plantel melhor do que a gente imagina. Até porque eu vou tentar sempre seguir aquilo que a Novos Rumos tem de concepção de trabalho dentro do Paysandu: contratar mediante ter condições de pagar. Se tivermos 10 mil sócios adimplentes, teremos condições de fazer um time muito melhor. Não só isso. A gente tem que ser maior que o Palmeiras que hoje tem 60 mil porque a gente vê o fanatismo, o amor do torcedor por esse clube centenário. Acredito que a gente pode alcançar volumes maiores. E adianto: o Sócio Bicolor que estiver adimplente, vai participar de um sorteio. A cada mês um sócio viajará com a equipe, no mesmo hotel, mesmo avião, vai ver a partida. Ou seja, temos que prestigiar o sócio, que paga uma quantia ao clube, no sacrifício, confiando no nosso trabalho. 
Copa Verde 
Juridicamente. temos a razão. Se tecnicamente formos julgados, vamos ganhar. Se assim não for, não posso fazer nada. A situação do Naviraense, do Vélber, foram feitos do departamento jurídico. O que fazemos é algo pequeno perto das alegrias que o clube já me deu. 
Passado 
Quando sentamos junto com o Vandick para iniciar o trabalho, era bloqueio por todos os cantos. Havia funcionários com 20 meses de salário atrasados. O Vandick, com muito esforço, corrigiu. Nós poderíamos até não ter caído para a Série C (em 2013), se o Vandick tivesse se importado única e exclusivamente com o mandato dele. Não! O Vandick se preocupou com os seres humanos que fazem o Paysandu. E uma grande parte dos valores que ele poderia ter incrementado no time para jogar a Série B, ele optou por fazer pagamento de dívidas que ele herdou. É uma questão de hombridade, seriedade, de responsabilidade. 
Finanças 
Minha responsabilidade é grande. Quem pensa que pegar um time na Série B é confortável, não é. Existe gente despreparada dizendo que vamos pegar de R$ 20 a R$ 30 milhões, está equivocado. O Paysandu receberá da CBF um valor irrisório. Paysandu vai receber três milhões, desproporcional a outros clubes, como o Botafogo. Se o Botafogo cair para a Série B, parece que ganha R$ 50 milhões, então ganha 15, 20 vezes mais que o Paysandu. E por isso que estou convocando. Esses três milhões, divididos por 12 meses, dá apenas 350 mil. Descontado o valor da previdência, só vai chegar aos cofres do Paysandu 225 mil. E com esse valor, você não forma uma equipe competitiva para a Série B. Se formarmos uma equipe com 225 mil, nós vamos cair para a Série C.  O sócio-bicolor me dará tranquilidade para formar uma equipe. 
Margem de erro
Nós não podemos errar de novo. A Novos Rumos já errou uma vez. Não vou dizer errou. Lamentavelmente, o projeto não deu certo. O esforço do Vandick foi muito grande. Mas, agora temos que fazer um esforço maior, porque já sofremos uma grande decepção, a queda para a Série C. Nós não podemos fazer a nossa torcida e nós mesmos sofrer de novo. A gente vai trabalhar. 
Departamento de Futebol 
Já me reuni com o Roger Aguilera hoje, falamos sobre futebol, sobre contratação. Estamos avaliando os atletas que nos interessam, vamos renovar contratos. Isso só será feito a partir de segunda-feira. Claro, o nosso foco estava voltado única e exclusivamente para a final do campeonato. O trabalho já se iniciou e tenho certeza absoluta: com a Novos Rumos, companheiros do meu lado, com a torcida maravilhosa que vai se filiar. Confio que vamos chegar a 20 mil sócios. Com 20 mil sócios adimplentes, a arquibancada de dois andares, nem que seja de um lado, que vai custar em torno de R$ 2 milhões, eu farei. Só dependo da torcida. 
Futuro na Série B
Nunca pensei em perder um desafio. A derrota, a gente convive com ela todos os dias. Mas eu sempre entrei para ganhar. Primeiramente, precisamos ter um caixa muito bom. É fácil gritar “Fora Maia” quando o time está perdendo se ele não vai lá e não é sócio. Eu te garanto que o trabalho que vai ser feito é visando à Série A, mas manter o Paysandu com tranquilidade na Série B.
Acesso para a Série A 
Eu tava dizendo para o Vandick o seguinte: quero que Deus me coroe, para daqui a dois anos, quando estiver saindo do Paysandu, da presidência, quem sabe ele me coroe com mais um acesso. Se não conseguir em 2015, mas me mantendo na Série B, quem sabe em 2016. Quem sabe um acesso para a Série A? Vou ficar muito feliz. Acredito no trabalho, na fé e toda a minha família está do meu lado e vamos à luta.      
Mazola 
Gosto do trabalho dele, honesto e trabalhador. Precisamos ver a questão financeira. Minha ideia é fazer uma proposta e explicar a ele da sua importância no Paysandu. 
Papellin
Gosto do Papellin. Temos sim interesse em manter ele. Mas vamos precisar conversar para fazer alguns ajustes. 
Plantel 
Existem alguns jogadores que nós temos uma relação para que, após a final da Série C, no sábado, vamos reunir no domingo ou na segunda-feira para avaliar esses nomes que temos para reforçar. O mais preocupante é conversar com os atletas que nós temos para manter o elenco, para que a gente comece as competições de 2015 já com um time, com uma identidade de jogo.
**Fonte JAmazonia

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