sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Um ano de Dado Cavalcanti

Técnico completa 365 dias à frente do Papão disposto a conquistar o primeiro título

Não teve festa, não teve bolo e o Dado Cavalcanti sequer deu entrevista. Ontem, o treinador completou um ano no comando do Paysandu. Um feito a se comemorar no futebol brasileiro, e, ainda mais, no paraense, em que é grande a rotatividade de técnicos. Apesar de tudo, Dado recebeu os parabéns do capitão da equipe, Augusto Recife. Do ano passado para cá, foram 62 partidas, 30 vitórias, 12 empates e 20 derrotas. Uma boa média, mas com grandes percalços. O capitão da equipe acredita que é hora de um presente para o professor de Educação Física e treinador de 34 anos, que chega a ter a mesma idade que alguns de seus próprios comandados, algo incomum no futebol.
É que a jornada dos 62 dois jogos teve muito mais que isso. Dado conseguiu reerguer o Paysandu depois de o clube ser eliminado ainda na primeira fase do primeiro turno do Parazão, no ano passado, mas fora derrotado na semifinal pelo maior rival ainda sob as chuvas do inverno amazônico. Em seguida, depois de uma boa campanha, foi novamente eliminado pelo Clube do Remo, desta vez na semifinal da Copa Verde. Esse foi o ponto crítico da estadia de Dado em Belém, mas o sol voltou a aparecer. Ele pulou essa fogueira e, antes mesmo das festas juninas, já estava conduzindo o Papão à surpreendente campanha na série B, que deixou o time muito próximo do acesso à primeira divisão. Empreitada em que, de novo, não obteve sucesso, quando o inverno já estava para chegar.
Já este ano, a Fiel faz os preparativos para a comemoração. Com a boa campanha da fase classificatória, em que o Papão conseguiu 100% de aproveitamento, o torcedor voltou a acreditar: este ano há de acabar o jejum de títulos. São dois anos sem levantar uma taça. Esse é o presente que Dado quer receber e, também, dar a Belém. “Pra mim, ele é muito bom. Um grande treinador. Apesar de novo, tem um futuro brilhante pela frente”, comentou o capitão Augusto Recife. “Ele tem umas ideias boas. Tem um trabalho muito bom em campo. Nesse ano em que tenho trabalhado com ele, aprendi bastante.”
E, como o ato de ensinar é troca, Dado também aprendeu. Hoje, por exemplo, o técnico é mais jovem que Vélber (37 anos) e tem a mesma idade que o meia Marcelo Costa. “Aprendi com ele e, sempre que precisou da minha ajuda, estive do lado dele para ajudar”, revelou Recife. O volante sabe que permanecer no cargo de treinador por um ano reflete competência, mas também confiança da torcida e da diretoria do clube. Atribuições que o treinador parece reunir. “Desde já, como capitão, eu quero dar os parabéns. Espero que ele possa ter êxito mais à frente junto conosco”, desejou Recife. “Temos que passar por um clube e fazer história. E essa história está próxima.” Agora, só o Águia de Marabá poderia estragar a festa.
**Fonte JAmazonia

2 comentários:

  1. O Paysandu tem se organizado e profissionalizado em todas as frentes. Neste sentido, é o clube locomotiva do Pará, está disparado na frente de todos os outros que procuram segui-lo, isso pode incomodar, principalmente os torcedores do eterno sem divisão. Em 2015, o Paysandu quis renovar com Mazola Jr, outro grande treinador, mas não houve acordo. Desde o início, a procura no mercado, sempre foi por um treinador jovem, ambicioso que tivesse a motivação de crescer juntamente com o clube. Sidney Moraes, foi a aposta inicial, mas nem chegou a esquentar, preferiu pedir demissão do que trocar um membro da sua equipe. Para sorte nossa, veio Dado Cavalcanti. Treinador jovem, com alguma rodagem apesar da idade, inteligente, muito bem preparado e com um traço que eu, particularmente gosto, discreto no manejo com a mídia local.
    No Brasil, não se tem paciência no futebol. Aliás, essa é uma das nossas grandes contradições: clamamos por profissionalismo, planejamento mas queremos bons resultados da noite pro dia! O Paysandu nisso tem sido exemplo para todos os clubes do Pará. Tanto é que Dado foi mantido, mesmo diante dos citados resultados ruins na matéria. Há anos atrás, isso teria causado demissões e dado motivos para os secadores da mídia se fartarem com a carniça exposta. Mas hoje não se age mais assim no Paysandu. No Paysandu, sabe-se esperar, pois o trabalho com profissionalismo, dará resultados no seu devido tempo. Não é à toa que somos o clube do norte melhor ranqueado, o mais conhecido nacionalmente, o de maior visibilidade.

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  2. Quanto as eliminações na Copa Verde e Parazão (também citada na matéria) pelo eterno sem divisão, foi duro sim, também, ver o Levi ficar empenado depois das entortadas seguidas que o Bruno Veiga aplicou nele e mais duro ainda foi ver a leoa pirenta dar o maior vexame de um clube paraense no ano passado (vencedor do prêmio Trivella - Qual foi a maior virada de 2015? - em concurso nacional). É o futebol tem destas coisas...

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