quarta-feira, 2 de março de 2016

Sem essa de bancar o herói

Goleiro Emerson diz que abre mão do título e prefere que a conquista do turno venha sem sufoco

O jogador decisivo da semifinal entre Águia de Marabá e Paysandu, no último domingo (28), não quer que, na final do próximo domingo (6), contra o Clube do Remo, o rumo do título esteja em suas mãos. “Para cair na mão do goleiro, as coisas têm que estar muito ruins, principalmente em clássico e numa final de campeonato”, declarou o goleiro Emerson após a reapresentação e o treino do Paysandu na manhã de ontem. Depois de defender os dois pênaltis que tiraram o Papão do sufoco, o goleiro sabe que a final contra o maior rival será ainda mais custosa que o jogo contra o Águia. Para ele, que já jogou outros clássicos, o Re x Pa é diferente.
Aos 33 anos, um ano a menos que Dado Cavalcanti, o goleiro Emerson é um dos mais experientes jogadores do Paysandu. Com passagens por Guarani-SP e Cuiabá-MT, ele já atuou no clássico Derby Campineiro, entre Ponte Preta e Guarani, um dos mais tradicionais do Brasil. “O clássico Re x Pa é diferente. Já joguei o Derby. Então, sabemos que é muito difícil, e é diferente de ter disputado em Campinas”, afirma o goleiro. “É um jogo que literalmente a torcida comparece em peso. E isso faz diferença dentro da gente.” O clássico entre Remo e Paysandu, na avaliação do arqueiro, “mexe muito com a cidade, mexe 100% com a cidade”. Emerson sabe disso porque, ainda no ano passado, jogou os três Re-Pas vestindo a camisa do Papão, tendo uma vitória e duas derrotas.
Mas falar dos clássicos de 2015 não cabe a ele, já que, tanto a equipe remista quanto a do Paysandu tiveram grandes modificações do último ano pra cá. A experiência da vitória e das derrotas, porém, poderá ser importante para jogadores que nunca vivenciaram a experiência do Re x Pa. “Mudou-se muito os atletas. Então, ficou pouco do ano passado. Esse pouco que ficou vai poder dar o suporte necessário aos que chegaram”, explica Emerson. “Tudo o que a gente pode passar pra eles é que é clássico.” Uma coisa os jogadores novatos já sabem: a torcida vai ao Mangueirão. “A gente sabe a importância que tem a torcida. A gente sabe que torcida vai cobrar e vai empurrar também”, avaliou o goleiro.
Os dois pênaltis que pararam nas mãos do Emerson dão a ele a silhueta de herói. Mas não é isso que o goleiro quer. Quando a decisão vai para os pênaltis, na opinião do jogador, e passa a depender do goleiro, é porque algo deu errado. “Acredito que, tendo a minha participação, creio que vou estar sempre atento para poder ajudar. Clássico é clássico, se decide em detalhe, concentração”, avaliou. A batalha contra o Clube do Remo, para Emerson, “vai ser um jogo muito truncado, o gramado do Mangueirão é um gramado pesado e alto”. Treinar na Curuzu e jogar no Mangueirão dificulta o futebol. “Pra mim, na minha humilde opinião, é desumano jogar no Mangueirão com o gramado daquela altura. Não consegue seguir um jogo dinâmico com um gramado daquele”, avalia.
O xerife das primeiras partidas, que comandava sua zaga chamando a atenção dos jogadores, vai gradativamente sair de cena. E isso deu para notar no último jogo contra o Águia de Marabá. É que, na opinião goleiro, o time “já está mais entrosado ali atrás e no meio”. “Não precisa ficar cobrando, posicionando os atletas. Eles já estão sabendo o que tem que fazer, na hora certa, a cobertura, a saída”, explica Emerson, ressaltando que a tendência é que, cada vez mais, as broncas com o time fiquem escassas, ainda mais em grandes estádios. “Quando você pega um estádio como o Mangueirão cheio, não tem como ficar gritando. O atleta não consegue ouvir. Ele tem que estar ciente do que ele tem que fazer.”
**Fonte JAmazonia

Um comentário:

  1. "...o goleiro sabe que a final contra o maior rival será ainda mais custosa que o jogo contra o Águia" Essa matéria faz o que muitos da imprensa remelenta de Belém do Pará gostam de de fazer: colocar na boca dos outros o que eles gostariam de dizer mas não seria politicamente correto com a Fiel Bicolor! Eu D U V I D O que o Emerson tenha se referido àquela eterna s/divisão, nesses termos! Isso é de autoria do distinto repórter que monta o texto colocando na boca dos outros o que ele gostaria de dizer. Só rival meu, e olhe lá, tira esse TEU maior! É demais, é demais, maninho pirento... pato que partiu! Pato que partiu!

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