domingo, 18 de novembro de 2012

O improviso que deu certo


Não há como negar. O nome de Lecheva não era o que a torcida do Paysandu esperava para assumir a missão de conduzir o time de volta à Série B do Campeonato Brasileiro. Por isso, muitos estavam ansiosos pelo anúncio de um nome de peso para assumir o cargo aberto depois do pedido de demissão de Givanildo Oliveira. Mas não foi assim. A diretoria confirmou o ex-jogador no posto de comando. Coube então ao próprio treinador passar confiança tanto aos torcedores quanto ao time alviceleste.

Com uma atitude vibrante e falando a linguagem dos boleiros, Lecheva contagiou os atletas durante os treinamentos e nas conversas ao pé do ouvido. O resultado foi a classificação para a segunda fase e a conquista do acesso diante da equipe de melhor campanha do Grupo B. Na opinião de muitos, esse foi o segredo do sucesso do jovem treinador, que havia encerrado a carreira de atleta há apenas três anos. Mas ele faz questão de ressaltar outros fatores para explicar a arrancada vitoriosa do Papão na reta final da competição. Além disso, ele fez questão de dividir a conquista do acesso com os seus antecessores no cargo: "Não consegui nada sozinho aqui no Paysandu. O (Roberval) Davino e o Givanildo (Oliveira) iniciaram o trabalho e trouxeram vários jogadores que foram importantes para que o Paysandu tivesse sucesso na busca pelo acesso. Aprendi muito com os dois e coloquei em prática este aprendizado neste momento decisivo, tanto no aspecto tático quanto de bastidores. A preparação física do nosso grupo também foi um ponto alto e isso é responsabilidade do Wellington Vero, que veio junto com o Givanildo", ressaltou.

Lecheva também lembrou que seu estilo "paizão" nem sempre é capaz de resolver tudo. Em alguns momentos, é preciso agir simplesmente como um chefe. Como exemplo, o treinador revelou a bronca que deu no time durante o intervalo da partida de ida nas quartas de final, contra o Macaé, em Paragominas. Ele contou que não perdoou os erros cometidos por seus jogadores na primeira etapa do jogo. "O intervalo foi até um pouco mais áspero da minha parte. Eu via que a equipe estava querendo a vitória, mas por meios errados. Houve até momentos de discussão dentro de campo. Disse que a gente estava entrando na catimba do Macaé. Coloquei apenas que não estávamos sendo o Paysandu dos outros jogos. A partir do momento que colocamos o lado coletivo na frente do individual, a união, realmente uma família, as coisas voltaram a dar certo. Os gols e as oportunidades acabaram saindo", contou.

Adepto de trabalhos motivacionais, Lecheva também revelou como utilizou a seu favor uma situação que teoricamente seria negativa para seus jogadores: ter que jogar uma "decisão" fora de Belém. Justamente na preleção para o jogo de ida, na Arena do Município Verde, o treinador lembrou seus atletas do sacrifício que muitos torcedores fizeram para chegar a Paragominas, única e exclusivamente para dar apoio ao time bicolor. "Antes da partida eu falava que não tínhamos dúvidas do apoio incondicional da torcida, tanto a que veio de Belém, como a daqui da cidade. Passei na preleção a luta do torcedor para chegar aqui. Ter que passar por engarrafamento, mais de cinco, seis horas de viagem pegando van e, às vezes, até rachando gasolina. Então a gente tinha que fazer valer esse esforço do torcedor e não resta dúvida que os jogadores lutaram com alma e coração para superar o adversário e proporcionar alegria para a nossa torcida", ponderou.

**Fonte JAmazonia

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