Depois de seis anos, Paysandu volta a disputar uma partida da Série B. Estreia contra o Asa.
Em 18 de novembro de 2006, na cidade de Jundiaí (SP), o Paysandu sofreu aquela que é a pior derrota de sua quase centenária história. A goleada de 9 a 0 para o Paulista (SP) não só suscitou suspeitas de entrega do jogo como praticamente decretou o rebaixamento para a Série C do ano seguinte. Nem o 4 a 1 sobre o Marília (SP), em casa e na rodada seguinte, a última, evitou o desastre. O baque foi tão forte que deu no fim de uma era no clube para a chegada de novos dirigentes. Foram seis anos amargando a Terceirona até que o acesso viesse ano passado.
Hoje, o Papão reestreia na competição que já conquistou duas vezes (1991 e 2001). O adversário da noite é o ASA-AL e o palco é bem longe de Belém. Nas duas primeiras rodadas como mandante, o Papão utilizará a Arena Do Município Verde por causa de uma suspensão ainda da Série C do ano passado.
Ninguém na Curuzu fala abertamente, mas a - correta - política de não fazer loucuras nas contratações e o perfil dos novos reforços dá todos os sinais de que se está olhando com realidade para a Série B. Ao contrário de seis anos atrás, hoje a competição é mais equilibrada e forte ainda. Quase todos os concorrentes têm investimentos bem superiores ao time paraense, o que faz que, num primeiro momento, a briga seja para se manter.
Admitir isso é complicado para uma torcida enorme e apaixonada, por isso o assunto é tratado como tabu na Curuzu. O primeiro a quebrar essa regra foi o meia Eduardo Ramos, que há quase um mês comentou que a missão era essa, ficar nessa divisão, e que uma disputa pelo acesso seria surpreendente. Depois, o recém-contratado zagueiro Jean também prefere não se deixar empolgar pela possibilidade imediata de voltar à elite. "Acho que quando o clube sobe da Série B para A, ou da C para a B, o primeiro passo é se manter. A gente não pode iludir o torcedor, pois não é fácil. Mas acho que é tudo por etapa. Primeiro é alcançar a pontuação mínima para a nossa manutenção, e depois disso, vislumbrar o acesso. Tudo na sua hora e no seu devido lugar", comentou o jogador ao globoesporte.com.
Eduardo, por sinal, é o único que destoa da política de não trazer jogadores de nome e sim apostar num grupo de operários. O camisa dez foi um achado da diretoria, daqueles que não acontecem todos os dias. Com passagens por Corinthians-SP, Grêmio, Vitória-BA, entre outros, ele é possivelmente um dos melhores armadores da competição, responsável por ditar o ritmo do time.
O restante do elenco, incluindo a comissão técnica, dão a entender que o Paysandu pensa a longo prazo. Lecheva, que assumiu de vez a função de treinador ano passado e levou o time ao acesso e ao título estadual, surpreendeu a muitos, mas é agora que inicia seu grande teste. Se como jogador ele foi multicampeão com a camisa alviceleste, como treinador ele tem a missão de criar os alicerces para o clube voltar a ter relevo nacionalmente.
O grupo é composto com mais da metade por jogadores que vieram da base ou do futebol local, cujos principais destaques são o lateral direito Yago e o volante Ricardo Capanema. O primeiro, apesar de um começo de ano irregular, é a maior revelação do clube em anos. O segundo, que chegou à Curuzu aos 27 anos depois de rodar por vários times pequenos, é o incansável cão de guarda do meio de campo, que sem ele fica sempre desguarnecido
**Fonte JAmazonia
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