domingo, 29 de janeiro de 2012

Clássico é sempre clássico


Remo e Paysandu, em fases distintas, duelam mais uma vez hoje no Mangueirão. Favoritismo só na teoria.

No primeiro Re x Pa de 2008 o Paysandu era tão superior ao maior rival que a vitória sobre o Clube do Remo era dada como certa. Assim como o time bicolor nesse ano, o azulino vinha de um começo de Campeonato Paraense muito ruim, com duas derrotas, um empate e uma vitória. No fim, a equipe da Evandro Almeida venceu por 2 a 1. O atacante Zé Augusto lembrou justamente desse jogo para dar como exemplo de como o clássico paraense é surpreendente. "Nosso time estava muito melhor na época e mesmo assim perdemos. Ficou bem marcado por isso e porque eu fiz o nosso gol", conta o Terçado Voador. Hoje à tarde os dois rivais voltam a se encontrar e, como quase sempre acontece, com um em baixa e o outro por cima.

Como o futebol local é pródigo em curiosidades, hoje o time que tem calendário cheio, está numa competição nacional e se prepara para mais adiante montar o elenco para a Série C, o Paysandu, é quem luta contra a crise. Já o que está sem ganhar sequer um turno local há dois anos e tenta uma vaga para uma disputa nacional, o Remo, é quem nada em águas mais calmas. Tudo por conta do começo do Parazão, onde o time bicolor tenta se equilibrar diante de várias derrapadas enquanto o azulino lidera o primeiro turno e está praticamente classificado para a fase semifinal.

Para quem olha com distanciamento das paixões "clubísticas", o começo dos dois maiores rivais do Pará é coerente. Para voltar à Série D do Brasileirão o Remo tem que vencer o Parazão ou, no máximo, ficar atrás de Paysandu e Águia, ambos na Terceirona. O ano passado serviu de lição para o clube, que teve que amargar a maior parte de 2011 fazendo amistosos caça níqueis no interior do Estado. Para os remistas, ficar sem calendário mais uma vez é inadmissível, daí a necessidade de um time forte logo de cara na competição estadual.

Na Curuzu a explicação para o início ruim, mais até do que a crônica falta de planejamento, é a necessidade de economia para que mais e melhor possa ser gasto para o Campeonato Brasileiro. Depois de quatro anos de gastança mal feita e com campanhas que morreram na praia, a ordem no clube é investir somente quando estiver próximo do Brasileirão. Por isso a garotada está sendo "prestigiada" - ou queimada, como preferem alguns - nesse começo de ano. Mas que a diretoria bicolor fique atenta, entre o fim do Paraense e o começo do Brasileiro são apenas duas semanas. Ou seja, a chegada de reforços tem que acontecer antes do fim da competição local, sob o risco de repetir os erros dos últimos anos quando os elencos foram foram formados nas vésperas das estreias. Deu no que todo torcedor alviazul sabe muito bem.

Curiosamente - mais uma, hein? - o Leão Azul parece ter engrenado somente na única partida em que não venceu. Nas três vitórias nas rodadas iniciais, todas pelo placar de 1 a 0, o Remo mostrou pouca coisa em campo, vencendo em lances de bola parada (Águia e São Raimundo) ou em erros bisonhos do adversário (Independente). Mas no empate por 2 a 2 com o Cametá, fora de casa, os comandados de Sinomar Naves mostraram um crescimento que já deixou a torcida mais esperançosa.

No Paysandu vem acontecendo o que racionalmente se esperava. Nenhuma equipe que é composta basicamente por garotos consegue ir muito longe. Se o projeto for apenas uma preparação para a Série C, o clube está no caminho certo; se há intenção de título, não. Como uma campanha vexatória está fora de qualquer plano, alguns jogadores mais experientes foram contratados para mesclar com a garotada. Hoje, alguns deles devem estar em campo para tentar desfazer o favoritismo do adversário.

Os jogadores de ambos os lados encaram de forma diferente a condição de favoritismo azulino. Na Curuzu, todos falam em surpreender, no Baenão, de que clássico nivela todas as forças. "É um jogo muito importante para a gente. Se vencermos a confiança volta para o time. Quem não tiver motivação em um clássico pode ficar em casa", afirma o volante bicolor Vânderson. "Uma vitória no Re x Pa nos dá moral para o restante do campeonato. Vamos entrar com tudo contra o Remo e temos que reverter esse quadro", completa o goleiro alviazul Paulo Rafael.

**Fonte JAmazônia

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