Desde que começou a se especular a realização do Re x Pa amistoso de ontem, especulação que começou do nada a partir de parte da imprensa, os técnicos dos dois lados se mostraram contrários ao jogo. Flávio Lopes, do Remo, sempre foi mais veemente. Afirmava que o nível de preparação entre os dois elencos deixava o que comanda em inferioridade. Tachado de medroso por muitos, teve que engolir a seco o clássico. O resultado foi justamente aquele que preconizava, uma vitória fácil do Paysandu, que foi muito melhor em campo durante quase todos os 90 minutos e aplicou a goleada de 3 a 0. O placar só não foi maior porque o melhor jogador da equipe azulina foi o goleiro Adriano, que evitou pelo menos mais três gols bicolores.
'O Paysandu está mais bem preparado física e taticamente, e isso ficou visível. Aí me perguntam como seria então se a Série D tivesse começado. A resposta é que os problemas seriam os mesmos', disse Lopes. 'Sou empregado e tive que aceitar, mas todos sabiam que era contra o jogo. De onde venho não tem clássico amistoso. Comuniquei à diretoria que isso poderia acontecer, que o time não tinha a menor condição de jogar um clássico. Agora estou aqui, sozinho, assumindo a responsabilidade', completou o desabafo o técnico remista.
Mais forte, com mais tempo de preparação, o Papão só não foi superior em campo nos primeiros momentos da etapa final, quando o Leão Azul equilibrou as ações. No primeiro tempo, o Paysandu teve duas chances muito boas, ambas salvas por Adriano. Primeiro aos sete minutos em um chute do centroavante Kiros e, depois, aos 22, num contra-ataque puxado pelo meia Thiago Potiguar, que o lateral direito Yago chutou para a defesa do goleiro.
Mas, aos 15 minutos, Yago foi puxado dentro da área pelo lateral esquerdo Paulinho e foi marcada a penalidade. O meia Alex William abriu o placar com uma cobrança em cavadinha. Já com Héliton em campo, que substituiu Kiros, com dores na coxa esquerda, o lado direito do ataque bicolor virou um pesadelo para os marcadores. Foi assim que aos 24 o Papão ampliou. O zagueiro Thiago Costa deu um chutão do grande área, Paulinho errou o bote e Héliton arrancou do campo de defesa, invadiu a área, cortou Tiago Cametá e encobriu Adriano. Golaço. O terceiro veio dois minutos depois. O zagueiro Santiago bobeou, Héliton roubou a bola e rolou para o meia Leandrinho escorar. Aos 41 minutos o atacante Jayme arriscou da entrada da área para a defesa de Paulo Rafael. Foi a primeira e única defesa do camisa um do Paysandu em toda a partida.
Após o clássico, o tom das declarações dos dois lados eram semelhantes. Fosse com euforia ou com lamentação. Os bicolores garantiam que a goleada não poderia deixar a falsa impressão que o time está pronto para o Campeonato Brasileiro. Os azulinos garantiam que a derrota não atrapalharia o andamento do trabalho visando a Série D.
'Fiquei feliz pelo placar, mas mais ainda pela atuação do grupo. A gente tem que ter os pés no chão, porque é só o começo de nossa preparação', afirmou Alex Wiliam. 'É o trabalho para a Série C e estamos sendo muito cobrados. Temos que continuar nesse caminho, e melhorar', afirmou Thiago Costa. 'Temos muito a ajustar, ainda. Mas ficou uma boa impressão no aspecto tático. Estamos no caminho certo, mas a caminhada é longa e árdua', completou o zagueiro bicolor Marcus Vinícius.
Pelo Remo, comentaram o volante Marcus Pinguim ('O time estava bem e deixou de matar o jogo e em três bobeiras levou esses gols') e o meia Ratinho ('O trabalho continua. Temos a Série D pela frente e esse amistoso foi para irar dúvidas. Não tivemos uma boa atuação, mas foi um teste').
**Fonte JAmazonia
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