A Série B do Campeonato Brasileiro, por definição, pode ser considerada a porta de entrada para a elite do futebol nacional. Por ela, passaram desde os clubes mais modestos, que atualmente lutam para reencontrar-se em meio à crise dos tempos, exemplo da Tuna Luso Brasileira, campeã da edição de 1985, até o atual campeão mundial interclubes, o Corinthians, em 2008. Tamanha disparidade, a torna uma competição democrática, na qual o Paysandu retorna após seis anos e, numa previsão mais otimista, corre atrás do tricampeonato (1991-2001).
Todavia, para destacar-se, além do futebol o Papão terá acima de tudo, que vencer um inimigo invisível, que aos poucos vai esgotando a capacidade física e emocional dos atletas. Um inimigo silencioso, que precisa obrigatoriamente ser ultrapassado para, no fim, ser merecedor da conquista: as longas viagens. Das 38 partidas, 19 serão disputadas longe de casa, o que, para uma equipe da região Norte, e única entre os 20 clubes participantes, torna-se uma verdadeira via-crúcis de norte a sul e leste a oeste.
Senão vejamos. Após a estreia em Paragominas, imediatamente a delegação parte para o Estado do Ceará, onde enfrenta já na terça-feira o time homônimo. Em seguida, retorna a capital paraense, totalizando 2.271,44 quilômetros entre ida e volta. Levando em consideração que esta será a primeira de 19 viagens em nove estados. A dura maratona, contudo, do ponto de vista financeiro vale cada quilômetro rodado, caso os bicolores saibam aproveitar a fartura concedida entre cotas de patrocínio, direito de imagem, transporte, viagens e hospedagem.
Somando estes valores, o Paysandu tem uma cota, paga pelo detentor dos direitos de transmissão dos jogos, um total de R$ 1,8 milhão, dividido em oito parcelas de R$ 225 mil, sem contar a premiação em caso de acesso. Ou seja, para fazer jus a essa bolada, somando todas as viagens entre idas e vindas, os bicolores possuem um trajeto total de 72.953,44 km, em linha reta, quase duas voltas inteiras na Terra.
**Fonte Diário do Pará
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