domingo, 24 de novembro de 2013

Paysandu cai em desgraça

Equipe paraense novamente perde em casa e joga fora a chance de ficar na Segundona. Agora só com um milagre.

Aos 41 minutos do segundo tempo de ontem, depois que o zagueiro Leonardo Dagostini mandou uma bomba de fora da área que raspou a trave do Bragantino-SP, parte dos jogadores do Paysandu se jogou no encharcado campo do Mangueirão lamentando o gol que não saiu. Foi a última chance bicolor desperdiçada, o que sinalizou que a derrota para o Massa Bruta era irreversível.

Mais do que o quarto revés em casa, de um total de 18 em 37 jogos até aqui, o resultado negativo praticamente sacramentou o que o reflexo de sol que a torcida queria tapar com peneira, o rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro. Um ano após conseguir um acesso que parecia improvável, o Papão está a um passo de voltar à Terceira Divisão. Para escapar, tem que tentar um feito que beira o milagre.

O Paysandu está na 18ª posição com 39 pontos, dois a menos que Atlético-GO e Guaratinguetá-SP. Para fugir do descenso, tem que fazer "o sertão virar mar e o mar sertão". Precisa que os dois times, que se enfrentam na última rodada, empatem e golear o Sport-PE em plena Ilha do Retiro. Como os três times empatariam em números de vitórias, onze, a decisão seria no saldo de gols. Hoje, o time goiano tem saldo negativo de onze gols, o paulista de dez e o Papão de 16. Aí que entra o "milagre" da questão. A equipe paraense teria que torcer para um empate de, no máximo, três a três em Goiânia (GO), e vencer por improváveis seis gols de diferença do Leão da Ilha. Nesse caso, empataria no saldo, mas passaria no número de gols marcados. É matemática chegando a seu limite.

A reação dos jogadores após o apito final deu mostras de que a salvação é algo que até a um milagre dos céus pode ser difícil. A melhor tradução do sentimento dos atletas estava no semblante do lateral direito Yago. Quando todos já se dirigiam ao vestiário, Pikachu ficou parado quase no centro do gramado, parecendo não acreditar na inevitabilidade do destino bicolor. Foi acudido por companheiros até ser convencido que deveria sair de campo. Foi aplaudido pelos doze mil torcedores que estiveram no Mangueirão, que no momento de maior dramaticidade nesse campeonato - e não foram poucos -, apoiaram o time, aplaudiram e incentivaram do começo ao fim e sequer tiveram forças para apupos no final.

Ou foi falta de motivação para xingar ou foi um reconhecimento que, pelo menos nos estertores, a limitada equipe do Paysandu pelo menos correu, se doou. Misturou o suor na terrível chuva de ontem à tarde em Belém, que parecia punir os bicolores depois de tantas partidas ruins, e tirou toda e qualquer chance de uma redenção no final. Melhor para o Bragantino, que teve apenas uma chance no jogo todo, mas soube aproveitar, quando aos dez minutos da etapa final o centroavante Limcom soube vencer a disputa contra as poças d’água e aproveitar um cruzamento que veio da direita.


Ao Papão resta recolher os cacos e procurar se organizar, o que não consegue há anos. Nem o acesso de 2012 foi fruto de planejamento, mas só com ele, com pés no chão e boas contratações, pode almejar em 2014 um destino melhor e tentar voltar de novo para as Segunda Divisão.

**Fonte JAmazonia

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