quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Oito décadas do herói

Quarentinha faz aniversário e recebe como homenagem, mais do que merecida, uma estátua do Papão

Um monumento de 2,4 metros, feito com fibra de vidro, banhado em dourado, com a camisa 10 nas costas, foi inaugurada no estádio da Curuzu, ontem. Foi a cerimônia de apresentação da estátua de Paulo Benedito dos Santos Braga, o Quarentinha, considerado o maior jogador da história do Paysandu. O evento foi organizado pela comissão do centenário, montada para celebrar os 100 anos do Paysandu. Ex-jogadores, conselheiros, beneméritos e grandes beneméritos do clube prestigiaram um evento concorrido. Visualmente, mais de 200 pessoas estiveram no estádio bicolor.   
A data não foi escolhida ao acaso. O dia 18 de novembro é o aniversário de Quarentinha, que completou 80 anos. Antes de a cerimônia começar, um encontro curioso entre um ídolo do passado e outro do presente. O treinador Mazola Júnior conversou, demoradamente, com Quarentinha. O bate-papo foi amistoso, com risadas de ambos os lados. Quarentinha falou sobre alguns jogadores e questionou a relação produtividade e a condição de “showman”. Mazola rebateu afirmando que não há espaços para muitas firulas no futebol moderno, sem a devida produção para a equipe.
A cerimônia começou por volta das 18h30, quando o empresário Ricardo Gluck Paul fez o papel inicial de mestre de cerimônia. Ele apresentou dados da carreira de Quarentinha. “Foram 12 títulos estaduais de uma história dedicada ao Paysandu. É o maior campeão estadual do Brasil”, garantiu Gluck Paul, seguindo. “Conversei com o Mazola e ele me disse que isso é uma valorização da profissão do jogador. Os jogadores treinam e olham a estátua com a certeza de que o clube tem muita história para contar.” O ex-jogador bicolor quebrou parte do protocolo ao pedir a palavra e convocar familiares e amigos para acompanhar mais de perto a cerimônia.
Paulo Moraes, benemérito e ex-presidente da Assembleia Geral do Paysandu, também falou sobre o ídolo. “É uma lenda do Paysandu. A história dele tem que ser exaustivamente debatida e conhecida por todas as gerações mais novas do Paysandu”, frisou. Agora imortalizado na Curuzu, o ex-atleta agradeceu a iniciativa e fez questão de evitar qualquer sentimento que retratasse uma glória individual. “É uma honra. Mas, olha, não se trata de vaidade. Hoje, estou aqui representando uma geração gloriosa do Paysandu. Fui o homenageado, mas poderia ser outro. Tenho 80 anos de felicidade e saúde e já cumpri a minha missão.”        
Entre as décadas de 50 e 70, Quarentinha jogou 18 anos pelo Paysandu. Era um meia-esquerda de visão de jogo e extremamente habilidoso. Marcou 88 gols com a camisa bicolor. Além dos 12 títulos estaduais, tem outros momentos gloriosos na carreira, quando participou da histórica partida contra o Peñarol-URU, e jogou mais de 100 clássicos entre Remo x Paysandu.
**Fonte JAmazonia

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