A Curuzu amanheceu sob a tensão gerada pela notícia de que o técnico bicolor, Roberto Fernandes, pode deixar o clube para acertar com o Americana-SP, time do interior paulista que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. Segundo veículos da imprensa paulista, Fernandes confirmou que recebeu uma proposta e prometeu uma rápida resposta. Especula-se que a insatisfação com críticas feitas pelo presidente Luís Omar Pinheiro pode pesar para a saída. O presidente Luís Omar Pinheiro negou que o técnico estivesse de saída e desconversou sobre um suposto pedido de demissão do técnico. Segundo o jornalista Abner Luiz, Zé do Carmo, auxiliar técnico de Roberto Fernandes, confirmou a saída do técnico.
Desde que demitiu Toninho Cecílio, o Americana busca um técnico para encerrar um jejum de seis jogos sem vitória. Segundo o site Placar.com.br, o clube, já no sábado, data da partida entre Luverdense e Paysandu, fez o primeiro contato com Roberto Fernandes, que teria se animado com a proposta. "Houve um contato com o Americana no último sábado e a gente está definindo isso. Eu ainda tenho que falar com o presidente (Luís Omar) para dar uma satisfação, já que tenho contrato com o Paysandu. Espero definir esta situação até hoje", disse o técnico ao site da Placar.
A confirmação de Fernandes reflete a relação instável que a comissão técnica mantém com a diretoria, mais especificamente com o presidente bicolor. Segundo fontes ligadas ao clube, Luís Omar teria promovido uma série de cobranças ao time nos vestiários após o jogo de sábado. Apesar de ter dito recentemente que não deixaria o Paysandu por proposta nenhuma, após ter recebido uma sondagem do Salgueiro, também da Série B, o treinador dá indícios de que as circunstâncias podem ser diferentes. "Fico feliz pela lembrança do Americana, já que não esperava esse contato agora. Como profissional tenho que ouvir a proposta e ver o que é melhor para mim. O Americana vem em uma queda mas já esteve na zona de classificação e tem condições de brigar pelo acesso. Já o Paysandu é uma equipe que estava na Libertadores há oito anos e que teve uma queda grande, mas está retomando seu caminho vitorioso. Então tenho que analisar e ter tranquilidade para decidir", disse ao mesmo site.
Em contato telefônico, o presidente do Paysandu, que está no Mato Grosso, negou que o clube já tivesse sido avisado da vontade de Fernandes de deixar o clube. "Oficialmente, não tem nada disso", limitou-se a dizer o mandatário.
Porém, uma fonte revelou que ontem houve uma reunião entre a cúpula bicolor e Roberto Fernandes, da qual o presidente participou por teleconferência. Extraoficialmente, Fernandes e a diretoria apararam as arestas e o treinador permanece no clube. Mas o Americana garante esperá-lo para, hoje, assinar contrato.
Insatisfação da diretoria seria motivação
Não há nenhuma confirmação da saída do técnico bicolor, que há menos de um mês rejeitou um convite do Salgueiro-PE, também da Série B, argumentando ter um compromisso com o Paysandu. Mas dois motivos podem fazer com que mude de ideia. O primeiro teria sido o valor da proposta, que seria bem mais alta do que recebe hoje na Curuzu; o segundo é a relação sempre tempestuosa com as atitudes do presidente bicolor.
Não só ele, como o elenco que estava em Lucas do Rio Verde (MT), não entendeu a reação de Pinheiro após o empate com o Luverdense-MT. O dirigente esbravejou no gramado contra a produção da equipe e disse que cobraria deles os quatro pontos perdidos até aqui.
"Não vou admitir que um time do porte do Paysandu perca pontos preciosos para o Rio Branco-AC dentro de casa e em Lucas do Rio Verde. Com todo o respeito ao Luverdense, o Paysandu não pode perder esses pontos e não vou engolir isso e vou cobrar do elenco", disse o presidente, ainda no gramado. No vestiário, ele só não foi bem mais além porque teria sido convencido por outros dirigentes a acalmar-se e deixar a conversa para depois.
Na volta a Belém, no saguão de desembarque em Val-de-Cães, comissão técnica e elenco se reuniram e o assunto não foi outro senão o descontentamento com o teor das palavras do presidente. Posteriormente, por telefone, Fernandes teria colocado o cargo à disposição e ficado de conversar depois com Pinheiro.
Se realmente for embora, Fernandes trabalhará pela segunda vez no clube do interior paulista. Na primeira, em 2004, ainda se chamava Guaratinguetá-SP. O time demitiu no final de semana Toninho Cecílio, que acumulou seis jogos sem vitórias.
**Fonte JAmazônia
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